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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Pena de Morte entra em discussão na CDI

A Comissão de Direito Internacional deliberou neste domingo as propostas sobre os crimes capitais que devem ser levados em consideração pelo Tribunal Penal Internacional. A medida bastante discutida abria um parecer de semelhança entre as chamadas Pena de Morte e Prisão Perpétua. Longe de chegar a uma definição, os membros da comissão se dividiram sobre a abordagem do tema por questões morais. O representante da Santa Sé, que esteve presente no debate, foi o porta-voz de uma tendência mais humanitária no tratamento dos presos, sugerindo um possível retorno dos criminosos à Sociedade: - “Nenhum país é Deus para tirar vidas!”, declarou o jurista do Vaticano.

Já numa postura menos ponderada, os discursos ficaram acalorados entre os líderes das nações. Enquanto Itália, Reino Unido e Suíça defendiam uma definição favorável à pena de morte – em conformação com o Estatuto de Roma que não o proíbe o Brasil posicionou-se de maneira veemente contra, sugerindo que o Estatuto deveria proibir a Pena de Morte e até mesmo a Prisão Perpétua. Importante dizer que para muitas nações contra as penas, elas simbolizam uma mesma coisa: - “Condenar à Prisão Perpétua é a mesma coisa que condenar um indivíduo a morrer na cadeia.”, finalizou o Brasil. O representante da Santa Sé, assumindo uma postura humanista, também foi contra à manutenção da Pena de Morte mas defende que a prisão perpétua não é necessariamente o fim da vida atrás das grades: - “A Prisão Perpétua não significa a morte do preso, uma vez que podem ser feitos trabalhos para socialização que trazem ao preso a utilidade pública”, defende o Líder do Vaticano.

Na ânsia de acalmar os ânimos e com uma postura moderada, As representantes de Alemanha e França buscavam um consenso que não traduzisse exatamente a prisão perpétua mas que os juízes pudessem fazer acréscimos a penas maiores de 30 anos. Foi neste momento em que o Delegado da Turquia, que até o momento não apresentara uma clara defesa de seus interesses, manifestou uma crítica cortante contra a proposta das Representantes da França e da Alemanha: - “A proposta orquestrada pela Alemanha traduz na Pena de Morte sem o nome que lhe é devido. É uma proposta de cunho oportunista e demagógico”. O delegado do Japão, que estava do lado do consenso, criticou as posturas do Brasil em relação ao radicalismo de seu representante. O projeto de consenso foi francamente criticado por defensores e acusadores da Prisão Perpétua.

Uma outra preocupação discutida em segundo plano foi o conflito que haveria entre o Estatuto de Roma e as Constituições Nacionais, uma vez que os grupos mais radicais buscavam na burocracia uma maneira de coibir o abuso do poder por parte do juízo. Neste ponto, o representante da Rússia entende a necessidade de dar flexibilidade à jurisprudência, medida francamente criticada pelo delegado da Tunísia: “O juiz está sujeito à instabilidade emocional.”

Apesar de muitos discursos, inclusive em debates não moderados, os delegados não chegaram a um consenso nesta noite de domingo. Hoje, segunda feira, a mesa se reúne para um novo embate pela reforma do Estatuto de Roma.

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