Após mais um dia de Comitê dos Direitos Humanos para discussão sobre refugiados ambientais, os delegados ali presentes pareceram avançar, mesmo a passos lentos, nessa discussão. Após um debate quente, liderado por uma enérgica representação do Reino Unido e de países como a República da Coréia do Sul e Brasil, foi criado um documento com as propostas principais, que basicamente envolvem a criação de um fundo destinado a financiar, através de um órgão responsável da ONU, a causa dos refugiados. Questões como participação financeira proporcional aos PIB de cada país foram levantadas. Países como Brasil e França se mostraram inicialmente favoráveis, inclusive citando a criação de uma taxa padronizada, enquanto outros países como México e Romênia, citaram, respectivamente, um estudo adequado ao caso de cada família, permitindo que com isso tenham certa qualidade de vida e renda mínima, além de que tal fato seria inviável hoje devido à uma nova crise financeira mundial. A França, contudo, afirmou que sua posição oficial é dar apoio médico e humanitário, mas não ceder espaço em seu território para os refugiados, e que inclusive tal opção pode ser aproveitada por países com necessidades similares, fato criticado pela Coréia, que citou a não colaboração financeira francesa. A Coréia aproveitou e citou a Rússia como grande poluidora e conseqüentemente, tendo o dever de ajudar. A Rússia posteriormente retrucou: alegou que seu país não é sozinho um grande poluidor, mas que o próprio Reino Unido (assim como China, EUA, Japão) é um poluidor. “No seu país não existe indústria, carros e poluidores?” pergunta? E conclui que a solução por PIB é a menos sensata no momento.
Durante a reunião, algumas propostas interessantes foram colocadas. A Suíça defendeu uma política de prevenção de problemas ambientais para que não haja novos refugiados. México critica, propondo soluções sim, que tenham resultado à curto prazo para os já muitos refugiados existentes. O delegado britânico citou o protocolo de Kyoto como um bom parâmetro para estabelecer valores e números para se definir a ajuda.
A cidadania também foi assunto desse debate. O delegado britânico afirmou: “os refugiados devem ser tratados com turistas”. A Coréia e outros países rebateram, acreditando não ser essa a forma de tratamento certo. Entretanto, a idéia de cidadania plena (mesmo após a citação suíça de sua cidadania concedida após 10 anos de estado), foi contestada. Os delegados acreditam em solução temporária para os refugiados. O Brasil, por fim, atestou que eles possuem os mesmos direitos que quaisquer cidadãos.
O debate continua amanhã, com uma decisão definitiva sobre o assunto. Enquanto isso, no mundo real, 20 milhões de refugiados aguardam uma decisão que possa afetar seu futuro, ou simplesmente deixá-los mais uma vez, à berlinda.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
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